quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Vontades....

É, no fundo eu só queria ter a chance uma vez ao passado como em meus sonhos. Estaria naqueles dias chuvosos em que dentro do carro só existia a nós. Queria muitas coisas, mas nem tudo eu posso ter. Tempos se passam e a cada instante eu te gosto mais. Mesmo sendo pouco tempo, o tempo foi pouco para a nossa intensidade.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

O Preço (Sobre chuva, amor e decisões)

Qual é o preço da nobreza? Nem sempre fazer o certo, ter hombridade, se justo é o mais fácil. Hoje eu tomei a atitude mais difícil da minha vida, a de abrir mão do amor pela a felicidade dela. Mesmo acreditando que todos caminhos tenham voltas, nesse não vou olhar pra traz, é o certo com ela. Se eu fizesse algo seria como ter o ultimo pássaro do paraíso, mas corta-lhe as asas e cria-lo em cativeiro. Não quero ter alguém em corpo, mas não em alma, e muito menos seria certo de minha parte com ela. Sei que ela será feliz com o outro lado da historia, pelo menos rezo para que seja, pois por mais q seja egoismo de minha parte, mesmo não esperando recompensa nenhuma, quero que meu sacrifício vala alguma coisa. Ela é uma menina maravilhosa e desejo que o outro lado a faça a pessoa mais feliz do mundo, que assim eu tambem serei um pouco feliz. Nunca tive recompensa nenhuma, e o preço que eu paguei sempre foi alto. Mas não faço nada esperando algo em troca, faço porque é certo, porque me sinto bem assim. Realmente o preço da nobreza é alto, mas sempre o pagarei.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Odisséia de meu eu

Hoje me senti como na primeira vez que velejei sozinho. Estava acontecendo o Pré-Olímpico para as Olimpíadas de Atenas, em 2002 ou 2003, não me lembro ao certo. Estava nos altos dos meus 14, 15 anos, chovia e eu queria ver Robert Scheidt, meu herói na época, velejando de perto, e vi, não tão de perto, porque o comitê olímpico não deixava meu veleiro se aproximar muito da regata para não atrapalhar a prova. Apesar desse momento único de minha vida, eu sentia muito medo, era a primeira vez que navegava sozinho pela Bacia de Santos, chovia, e o vento de traves entrava com toda força, eu escorava com o corpo por inteiro fora do veleiro pra impedir que ele virasse. Essa sensação voltou depois de anos, e novamente estou navegando por águas difíceis em meio a tempestade. Como na época, tenho o conhecimento teórico, “treinei” em águas menos tormentosas, e como antes, tudo isso não está me acrescentando em nada. Estou em um mar que não é governado por Poseidon/Netuno, mas por Afrodite/Vênus, mas suas tormentas são tão, se não mais, assustadoras. Se outrora o que me assustava era a chuva, a neblina, as ondas batendo nas bochechas do veleiro, jogando todo o sal da água em meu rosto, hoje o que me assusta é a duvida, o Amor e as dores da alma. É algo parecido com a sensação de estar em um baile veneziano a procurar do alguém, mas sem saber qual é a sua mascara. Como antes, caço minhas velas, escoro o corpo, e o vento em traves me carrega, “ziguezagueando”. Bordo após bordo, me sinto mais forte, mais corajoso, preparado. Bordo após bordo entendo mais como Odisseu/Ulisses se sentiu nos anos ao mar, em busca de Ítaca, onde Penélope o esperava. Me sinto o herói grego, e assim como ele, não irei desistir. Se ele esperou 20 anos, sou capaz de esperar 200. Sempre acreditei que amar era se doar sem esperar doação, mas nunca entendi. Hoje eu entendo. Hoje estou preparado. O hoje não é tarde de mais.

domingo, 1 de novembro de 2009

Quando o titulo não fala nada

Quem nunca sofreu de amor? Já sofri de ficar dias na cama se me levantar. Ainda bem que esses dias tão em um passado distante. Mas o amor, na verdade não só o amor, mas todo o sentimento a cada dia me parece mais ser um um mal, mas extremamente necessário. As fraquezas humanas, ao meu ponto de vista, se devem grande parte ao sentimento, mas ao mesmo tempo é o que nos trona humano. Mesmo em minhas mais profundas tristezas amorosas, eu aproveito cada momento. Sempre fui capaz de ver uma beleza única em sofrer por amor. É aquele momento em que o amante se entrega ao máximo para o amado, sendo capaz de entregar até mesmo sua felicidade, e em contra partida, o amado crer que os dois não serão mais felizes juntos. E quando a angustia nasce de uma despedida, o amado virasse e o amante o vê se distanciar, a a porta abre, se fecha e resta somente o silencio. Já passei por essas possibilidades. Já passei por essas possibilidades ao mesmo tempo. Algo me dizia que aquela vez seria a ultima, que aquela porta seria a ultima, que aquela volta seria a ultima, mas no fundo eu não quis acreditar. Sou apaixonado por uma garota, os que me conhecem sabem que é. Uma historia muito confusa, cheia de caminhos, chuvas e portas, cheia de vento no rosto juras e planos. Muitas vezes acreditei que Eros brincou de tiro-ao-alvo com meu coração, mantendo meu coração aquecido. Nunca é tarde de mais, acredito que ainda esteja cedo.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Carnaval

Por mais que a quarta-feira de cinzas seja carregada de tristeza, é prefirivel sofrer de amor a não saber o que é amar. Nessa situação é a que se percebe que muitas vezes ha muito mais coisas que ligam duas pessoas do que amor, ha uma historia.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Você

Há noites em que me perco pensando em ti. Há noites que só pensar em ti ja não me é o bastante. Nessas noites, assim como essa, em que sinto uma solidão unica, que rezo para que tudo de certo.

sábado, 17 de outubro de 2009

Trilôgia

Prólogo


Caminhei incerto por meu quarto. Arrumei varias vezes a cama, só para poder me deitar e depois novamente a arrumar. Esperei durante horas por alguns minutos “junto” dela. Rosto, tela, tela, rosto. Sempre depois desses minutos me sinto novamente só, novamente a espera, novamente os discos...


I - Eu, Você e o Carro


Tem vezes que você percebe que esta perto não lhe é o bastante, e você percebe que realmente quer sempre mais. Eu estou em uma dessas vezes. Muitas vezes me parece algo muito triste passar os sábados a noite em minha casa, mas são nessas noites, essas que eu paro realmente para pensar o que deve ser pensado, que descubro mais um caminho obscurecido do meu coração, e logo, do meu eu. Ontem vivi uma noite ótima, maravilhosa mesmo. Seus beijos, suas mãos, seus caminho... Tudo nela me traz uma doce lembrança que nem mesmo lembro de ter vivido. Seus olhos castanhos, seus cabelos entrelaçados em meus dedos, sua boca em meu pescoço, seus olhos fechados, seus lábios entreabertos susurrando coisas que em meio ao movimento se torna incompreencivel... Ou talvez não devemos jamais compreender? Mas agora estou aqui, ouvindo um dos discos que mais gosto, repleto de sentimento, tentando de alguma forma preencher todo o vazio que existe em mim, que nem mesmo sabia que existia antes dela. Sou eu, o escuro, o computador e algumas musicas. Pela primeira vez em minha vida me encontro realmente apaixonado. Percebo que antes eu havia vivido algumas “paixonites”, mas nada com tamanha intensidade (tanta que não consigo transmitir com clareza. Mas para que ser claro? Não há nada para ser entendido, só para ser vivido. Os que vivem sabem o que eu digo).


Interlúdio I – A respiração ofega-se e dois corpos respeitam o mesmo movimento compassado


II - A Janela


Aqui estava eu de ante de sua casa. Olhos nos olhos, bocas em bocas. Você percebe minha tristeza. Eu lhe abraço. Olhos nos Olhos, mãos em mãos. Você pede para que eu não fique triste, repondo “Tudo bem, não fico...” e um sorriso se faz em meus lábios. Eu menti. Naqueles instantes, em meu reino, eu fui vassalo de minha tristeza. Minutos antes você pediu para eu não temer, para não me sentir inseguro. Disse que sou lindo, o quanto me adora. Na volta eu pensei, me perdi na imensidão de pensar. Tenho medo de parecer forçado tudo isso, ou piegas, mas a verdade é que lhe adoro muito. Haverá um dia em que não terá mais nada que nos impeça, será somente eu e você, mas enquanto isso, cada despedida me assusta como se fosse a ultima, ainda me reina o medo de te perder. É idiotice minha, nem ao menos é meu direito... Único direito que eu queria era de lhe ter sempre, não somente olhas a sua janela.


Interlúdio II – A água na pista, a água no céu


III - O Livro Rosa


Em minha cabeceira se encontra um livro de capa rosa. Teoricamente se trata do nascimento, vida e morte de um ícone, mas não para mim. Trata-se dela. Me diz tanto nas entrelinhas que acho q o autor nunca pensou que iria dizer tudo isso para alguém. Na verdade não me diz nada, mas o contexto me diz muito. O livro é dela. Imagino minhas mãos tocando as mesmas paginas que as delas tocaram dezenas, centenas, talvez milhares de vezes antes de mim. Aquelas mesma mãos que tocam meu corpo. Mãos sobre as mão... Quase mão dadas. Talvez seja viagem minha, talvez eu navegue por um caminho sozinho, pois a minha única companheira é a própria incerteza, mas há tantos planos dentro de mim, sonhos... Gosto de acreditar que tenho controle sobre o incontrolavel. O mais difícil é sempre a manha seguinte. Sempre quando acordo, antes de abrir meus olhos, entre meus lençóis sinto seu cheiro e por um instante realmente acredito que você esta comigo (mesmo não estando, eu creio que em alma sempre está). Assim se faz minha primeira decepção do dia, mas acredito que há de chegar o dia em que realmente acordarei em seu lado e não só do livro rosa.


Epílogo

Sai de minha casa sem nenhum rumo aparente, eram uma noite chuvosa de sábado. A gotas caiam sobre meu rosto, os raios rasgavam os céus. Minha alma não se acalmara sob a chuva, me pegava sempre pensando em ti, onde você estava, se estava pensando mim como eu em você. Sei que todo vai se encaixar. Tudo acabará bem.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nem Alexandre, nem César conhecem aquelas areias como eu conheço

Se eu soubesse que o Nilo iria florecer minhas paixões como nos tempos dos faraós, teria descrito seu Delta, seus piratas e tudo mais tempos antes. Lembrada sempre seja a historia, lembrado sempre sejam os piratas gregos, e mais do que tudo isso, lembrado seja o Delta do Nilo, local único, que mesmo eu jamais pisado nas areias ao seu redor, me presenteou com uma noite como uma noite única, talvez como de Cleópatra e César, talvez somente como a minha e a sua.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Destino

Quando não há mais uma espera por algo, o acaso faz nossas noites em dia. Outrora me senti vivo, mas dessa não me faz doer. Meu sorriso estampa meu rosto, meus pensamentos vivem em um só lugar. O anônimo que visitava meu reino, agora se faz em minha rainha, e hoje, quando vi o sol nascer, mesmo atras das nuvens e da água que insistia em cair, ele pulsava vida. A chuva já não era o céu caindo sobre mim, mas lavando minha alma. Que esses dias chuvosos não parem, pois neles eu encontrei o motivo de eu nascer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Meu São Jorge jamais o abandonará, sua torcida jamais se calará, e o Corinthians jamais deixará de lutar.

Hoje não é dia de titulo, nem dia de jogo, mas nesses dias comuns, nos quais não há o brilho alve-negro na tarde, ou na noite, que ele mais do que nunca deve ser exautado. Certamente me faltam palavras pra descrever esse time, aquele eu tenho muita gratidão. Não há o que ser explicado. Para os que são Corinthianos, inexiste a necessidade de contar o que é ser Corinthiano, aos que não são, sinto muito pois jamais entenderam o que é ter a alma preta e branca. Sim, sou maloqueiro, sofredor, não tenho titulo da libertadores(ainda), mas nada disso me importa. Ao contrario de muitos, o Corinthiano não tem a paixão pelo time como comercio, amando em troca de títulos, para nos não, amos simplesmente pelo fato de amar, por ele, Corinthians, ser ele. Sim, não temos estádio(ainda), mas não precisamos, onde jogarmos(sim, o Corinthiano joga com o time, luta, chora, sofre...) estaremos sempre em casa. Nossa casa é o mundo, que outra torcida viaja QUATROCENTOS KM para lotar a casa(vale ressaltar que toda casa é nossa, ainda mais o Maracanã, sendo um estádio do Estado, então do povo, logo nosso.) do adversário. Mesmo a casa do nosso rival da zona sul, que diz que será o local da abertura da copa, quem é o time com o maior numero de títulos? De quem é o recorde de público? Eu deixo que os dados sejam respondidos por eles mesmo. E sim, eu sofro, isso está na minha essência, se não queres sofrer, vá embora, mau sabem eles que isso é que torna nossa historia mais bela. Não é uma historia, é uma Odisséia, um mito de herói grego. Temos Reizinhos, Xodôs, Doutores, Pés-de-Anjo, Pequenos Polegares, Cabecinhas de Ouro, Anjos-das-Pernas-Tortas... Fenômenos. Mau sabem eles que as filas, as dores, o sofrimento para todos e qual vitoria, titulo, é o que o torna mais prazeroso. Que outro torcedor teve tanto prazer por um título paulista como nós? Vinte e três anos de dor não foram nada perto dos dias de alegria que aquele 13 de outubro de 1977. Nós somos o espelho do brasileiro, aquele que luta, sofre, chora, sofre mais um pouco, mas jamais desiste. Creio que o sofrimento é a “via-sacra” de todo Corinthiano, pagamos nossos pecados, e os que não estão preparados ficam pelos caminhos, assim só ficam os sinceros, aqueles que realmente amam nosso time. Sim, nosso time, pois o Alve-Negro do Parque São Jorge é de nossa propriedade, é um time do povo, para o povo e do povo é que se ergue. Ano que vem, seremos 30 milhões em campo em busca do titulo inédito, e vindo esse essa gloria, o Herói deste mito não será Ronaldo, Dentinho, Felipe o qualquer um que esteja na batalha vestindo o manto, mas nós mesmo pois sempre estar-mos lá, sob chuva, sob sol, apoiando sempre, não importando o placar, as condições ou as dificuldades, seremos nos, por sempre acreditar, e assim o Corinthians se faz a imagem e semelhança de sua Fiel, guerrera, de fibra e de raça. Esse é o Timão, um time que sua historia se confunde com da sua torcida, e de sua torcia com seu time.

Lembre-me se for Capaz...

"Feliz Dia Das Mães (Em Meio a Gritos de Revolta)
Parece aquele dia de domingo em que todos estão almoçando com suas famílias.
Tudo vazio. Silêncio! Poderia ser um daqueles domingos em que todos resolveram almoçar com suas famílias. Mas não, estamos à beira do caos, de punhos atados, no meio do círculo de fogo com o céu rajado de balas e explosões.
E ninguém consegue ficar alheio a tais fatos. O muro de segurança que restava foi depredado.
Sinto o cheiro de morte no ar, sinto o gosto de sangue na boca, sinto o medo no peito.
Alguém aí pode ajudar? Interromperam o sonho da mãe que esperava por dias melhores. Quebraram o espelho em que ela refletia estes dias. Destroçaram seu futuro e balas furaram o peito de mais um inocente. Peito de uma criança que só sonhava em jogar bola.
O medo da mãe foi substituído pela revolta. Já bombardearam a escola. E agora? Qual sua resposta?

Texto de Juliano Amaral e Walter Titz Neto"

Eu e o Neto escrevemos tudo isso em 2005, logo após os atentados do PCC, um dia unico, dia das mãe em que a cidade mais rica e importante do nosso país parou perante o medo, a desordem e a angustia, não só a cidade, mas o estado de São Paulo enteiro ficou paralisado face a face com o terror, um dia das mães negros, porem unico. Muitas aguas passaram, mas as pedras de nossa sociedade continuam no mesmo local deste rio.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Perante o Silêncio meu entoar torna-se ensurdecedor

Sinto uma melancolia profunda. Quando voltava ao meu lar, reduzi a velocidade, com a vontade de tornar tudo tão lento que o tempo parasse. Não queria ir para minha casa. Não queria ir a lugar nenhum. De ante uma noite como essa, pensei em tantas coisas, tantos amores, tantas dores... Eu pensei. Nunca a reflexão me traz as respostas, nunca vejo a verdade, ou se a vejo, não a reconheço. Sempre caminho em um vale nevoado onde só tenho vislumbres dos que estão ao meu redor. Ouço as vozes, mas não as reconheço. Por vezes me agarrei tanto as minhas credulidades que ao cair não acreditei em minhas derrotas.

Na última semana fui à casa de meus avos paternos, há anos não os via. Conheci o rosto de tios avos que partiram antes de minha chegada. Descobri sobre a origem de minha linhagem. Sou fruto de um lado de um abuso sexual de um holandês em uma índia. No outro clã que faço parte, foi abuso sexual de um patrão árabe a sua empregada negra. De um lado minha tataravó passou 9 meses no mato para esconder a vergonha. De outro, minha tataravó vou expulsa pelo patrão, tendo que se virar sozinha. Em minha origem sou um filho de Eva, mas sem Adão. Não sou nem Cain, nem Abel. No meu caso não é o ciúmes a maior dor, é a solidão, o abuso, a angustia. É como se toda a dor de minhas linhagens florescesse nessa noite. Sempre fui solitário, mas essa noite só queria ter alguém a me ouvir, a sentir minhas lágrimas escorrerem em seu ombro em direção aos seus seios, mas somente o silêncio me acompanha. Quebro-o com um canto dolorido de quem carrega a angústia de 100 anos. Eu carrego. Mas antes reina a pausa sobre o som. Perante o silêncio meu entoar torna-se ensurdecedor.

sábado, 11 de julho de 2009

A Fuga do Vale das Saudades

Ando meu saudosista o que de certa forma não deixa de ser triste. Mais cedo esta eu na estrada me mergulhado no vazio da solidão de meu carro, potencializada pela chuva. Solidão essa que há tempos não sentia. Eu precisava vê-la. Parei o carro, ia lhe dizer tudo que nunca disse, ou que talvez não tivesse palavras que descrevesse. Andei sob a chuva em meu rosto me trazia lembranças dos nossos primeiros encontros, de ter ficado horas com ela sentado sob as marquises dos prédios ao centro de minha cidade, próximo da praia. A ilha fica ainda mais bela sob a chuva. Lembrei de lhe deixar no ponto de ônibus, de um ate logo com meus lábios tocando os seus. Pensei na noite de ano novo, a primeira que passamos juntos, abraçados, um sono completo como que descreve Adriano. Meus pés seguiam fixos sobre ao chão de pedras pretas e brancas. As poças refletiam as luzes dos postes. Lembro da luz do poste naquela noite de nove de setembro, quando depois de tocar eu a levei em casa, quando percebi o quanto eu a amava. Ela pediu pra eu provar. Segui com passos firmes, entrei no shopping, no mesmo que fui ao cinema a primeira vez com ela, subi as escadas e a fitei. Seus óculos nunca me disseram tanto. Veio-me o frio subindo pelas costas, tremia. Só queria dizer o quanto era para mim... Não consegui. Fui ao banheiro, lavei o rosto e tentei de novo. Dessa vez meus olhos cruzaram com os delas. Senti-me fraco, inútil, desprezível. Seus cabelos, sua pele, seu corpo esguio... Como queria tudo isso tocando meu corpo. Na escada eu estive tão só como nunca, não ouvia o borbulhar das pessoas. Reinou o silencio, estava somente eu e ela. Abaixei minha cabeça, caminhei solitário e não solidário comigo mesmo, e entre os prantos abafados, fugi do vale das saudades.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Grito Silencioso ( Eu mudo ou você surda?)

Sei que ninguém lê o que escrevo. Sei que ninguém ouve meus gritos. Sei que não há quem siga meus passos. Nas ruas, sei que não há quem me veja, entre os postos e as pessoas vou passando, me moldando, disfarçando, camuflando... Sou cinza como os prédios, prata como os carros, azul e verde como os telefones públicos. Quando me atiro não há quem me impeça. À noite, quando me deito, não há quem me pessa, me grite, me queira. Não tenho rosto, não tenho trejeitos, me travisto em ti para ser o que te atrai. Quero ser sua caça, não seu caçador, eu o derrotado, você o vencedor. Eu quero o medo de perder, o sangue, o frio e o vendo. O corpo junto, seu suor em minha pele. Sua voz doce de mulher dizendo coisas que não cabem em palavras. Os sossurros daquela que sente a dor de quem ama. Quero o movimento compassado, as unhas em minha pele, seus dentes contra seus lábios, suas mãos contra minhas gostas em uma luta que não tem um vencedor. Dois derrotados em meio aos lençóis. Quero meus olhos castanhos e oblíquos fintando suas curvas. Quero palmo a palmo de seu corpo entre meus lábios. Quero você como minha, me sentir tão vivo que chegue a doer. Mas acordo, nos corredores ninguém me vê. Nas ruas ninguém me vê. Nos elevadores ninguém me vê. Ando, entre todos, mas ninguém me vê. Ninguém se encanta por meus olhos, ninguém repara no meu andar. Nem de soslaio. Na noite eu cruzo por você, mas sempre está escuro de mais pra me ver. Eu sempre grito, mas nunca há quem me ouça. Sempre construo fantasias para satisfazer meus desejos, mas no fim sempre minha cama é grande de mais para mim.

sábado, 20 de junho de 2009

Trovas de Sabado a Noite

Sábado à noite e eu em casa. Na verdade não lembrava qual foi o ultimo sábado a noite que fiquei em casa. Na viagem cheguei aos meus distantes 13 para 14 anos que eu passava as madrugadas de fim de semana vendo “Samurai X” na TV a cabo. Era sangue e dor para todo lado, e um pouco de culpa que Battousai, O Retalhador, carregava por todas que matou, ou na verdade, pelo amor que perdeu/matou. Lembrei da melancolia que sentia, lembrei dos meus tempos “pré-primeira-namorada”, casto e inocente. Só pensava em tocar, jogar vídeo-game e mais nada. Sabe, minha infância foi simples. Passava férias de verão e inverno na minha avó, numa cidadezinha no interior do Rio de Janeiro chamada Itaguaí, empinava pipa com meu tio Moacir, ouvia Hard & Heavy e jogava vídeo-game com meu tio Daniel. Fins de semana nós íamos às praias da região da costa verde. Desconhecia o amor, a melancolia, a saudade... Só os conhecia por nome. Ia ao centro espírita com minha avó, conversava com os que já se foram. Brincava com os cachorros, ouvia os cantos dos canários encarcerados, era o entoar dos que não podiam mais voar. Passava as tardes deitado na rede vendo os beija-flores beberem água nos bebedouros, a mesma rede que anos antes eu imaginara ser um navio pirata. Provavelmente nenhum desses beija-flores flutue mais pelo o ar. Lembro dos vultos que eu via na cozinha de madrugada, de dividir a cama com minha avó, por medo. Os dias que meu avô chegava do espírito santo trazendo sempre algo novo ao meu universo. Lembro daquele Corinthians fenomenal do “melhor lado esquerdo do mundo” com Kleber, Ricardinho e Gil, campeão do Rio - São Paulo e Copa do Brasil, Vice Brasileiro, já sem Ricardinho, que após a copa o mundo foi para o São Paulo. Dessa época vêem minhas primeiras lembranças ligadas a decepções, a chorar pela traição de minha primeira namorada. No fundo esse sábado à noite na minha casa me fez refletir sobre o homem. Toda minha vida foi recheada de sentimentos, de vários sentidos. Posso dizer que na sala das emoções, já percorri por todas as portas e corredores. Tenho certa fixação pela saudade, aquele sentimento que só nós que falamos com essa língua lusitana conseguimos descrever em palavras, o misto de melancolia, tristeza e falta de algo/alguém importante que os homens do mar sentiam dentro das naus na época das grande navegações. Sempre me senti muito solitário, mas nunca quis dividir minha solidão com mais ninguém, em um ímpeto egoísta de minha parte. Percebo que o sentimento, as emoções são as fragilidades humana, mas depois de todo caminho que percorri também vejo que é que nos torna humanos.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Heterônimo

O vento frio é o mesmo de antes. A vista de minha janela é a mesma de antes, verde, azul e branca, com uns toques de marrom. Minhas caminhadas são as mesmas de antes, subidas, descidas, curvas e retas. Meus passos são os mesmos de antes, rápida e atrapalhada, como de um malabarista. Mas eu não sou o mesmo de antes. Antes eu era um “cover” de mim mesmo, imitava meus passos, imitava meus trejeitos, imitava minhas falas, minhas vontades e mesmo minhas angustias. O ultimo mês para mim foi como atravessar o vale das duvidas. Não sabia mais quem eu era, o que eu queria ou mesmo quem eu queria. Talvez eu nunca houvesse sabido. É muito complicado falar sobre alguém que só vejo nos espelhos, inverso do que realmente é. Quando toco-lhe as mãos, estas são frias, planas, vidro e prata. Precisei andar, andar e andar. Na “solidão” conversei comigo mesmo, conheci o eu. Re-vivi amores, um por um. Descobri agora o que realmente senti, vivi. Re-vivi situações. Re-vi meus erros, que foram muitos, mais do que acertos. Não sou a lamina reta, sou curvo, inconstante. Tenho medos, muitos cortes e poucas cicatrizes. Perdi quem me amou, me entreguei a quem não me amava. Tenho problemas com Deus. Acho que se ele existe como a maioria acredita, aquele que faz de nossas vidas um grande The Sims, eu ele escolheu para sacaniar, ou simplesmente esqueceu. Tenho problemas com meus pais. Foram maravilhosos, mas os cortes que em mim deixaram hoje doem mais do que antes, tão abertos e inflamados. Não sou popular, nem quero ser. Não sou o estereótipo de beleza, nem quero ser. Ao menos sem que os poucos que estão ao meu lado são porque realmente me gostam. Somente hoje vejo um pedaço da pintura que antes não podia ver por estar muito próximo, espero amanha ver a tela inteira. Hoje os olhos do cara que vejo no espelho me dizem tantas coisas que não saberia por onde começar. Não sou mais meu proprio heterônimo

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Não há nada como a saudade.

Há muito tempo eu não postava. Nesse tempo aconteceram algumas coisas na minha vida. Quebrei o nariz, o Corinthians sagrou-se campeão invicto, terminei o namoro. Li livros, eu ouvi discos, vi filmes. Mas nesse tempo nada me... Como posso dizer, intrigou mais como a saudade. Sabe, eu re-vi uma pessoa que há anos eu não via, de uma importância tão imensa que nem mesmo eu sabia. Conversamos, vimos um filme, dividimos um momento que pra mim foi único. Foi então que eu realmente compreendi tudo que o Neto sempre falou sobre a distancia e tudo mais. Sinto falta de pessoas que se passaram, de momentos. Não que eu não esteja melhor hoje do que anos atrás, mas é sobre momentos, as memórias e o eterno. Ela é realmente eterna pra mim, mesmo eu não sabendo o que haverá no amanhã. A distancia realmente não é o monstro mais perigoso, e sim o vazio que a preenche. Só espero que tudo termine bem, todos nós sejamos felizes, bem sucedidos, amados e amantes. Que no fim não seja somente um sonho lúcido e termine com alguém pedindo para abrir meus olhos.

sábado, 7 de março de 2009

Ah... as manhas paulistanas

Ola.
Meu nome é Juliano Amaral Costa, mas pode me chamar só de Juliano, Juba, ou Ju. Bem, antes de qualquer coisa pesso-lhes perdão por algum erro de português que eu venha a cometer, sou dislexico e o don da escrita nao foi uma dadiva dada a mim.

Acho que antes de começar vou dizer a vocês(se de fato existir os voces) o porque criei um blog. Na verdade nunca foi algo me chamou a atenção, muito menos li muitos blogs, mas sabe quando somos tomados de assauto por uma louca vontade que vem de um eu interior que talvez nem soubessemos que existia? Pois bem, foi mais ou menos isso.

Acordei com a mesma dor de cabeça que me arrematou na noite anterior. Ouvia um som distante tocando musicas infantis dos anos 80. O dia tava claro e quente, tipico dia paulistano nessa epoca do ano. Almocei um macarrão com procules feito pelo beto, meu primo de 3° Grau. Ele é um cara legal, musico, toca pela noite paulistana... um pouco de choro, um pouco de samba... Como muitos dias, depois do almoço deitei na minha cama, a de baixo do beliche, e fiquei a ver videos no youtube.com. Comecei por Elis, depois Maria Rita, Milton Nascimento, Cartola, Baden Powell quando cheguei em um tao de Chico. Algumas pessoas sabem que eu nao acho que o chico é um deus da musica. É um grande letrista, talvez um dos melhores da lingua portuguesa, mas não esse ser a cima do certo e errado, incapaz de escrever algo ruim como alguns dizem que ele é. Não acho Budapeste um grande livro, na verdade nem consegui terminar de ler.... Prefiro Garcia Marques. Pois bem, o video era Chico e MPB4, III Festival de Musica Brasileira, 1967 se não me engano tocando Roda Viva. A tela preta e branca, anunciam Chico Buarque de Hollanda e o grupo vocal MPB4. Ele entra, com todo aquele charme da garoto timido, cabelos pentiados, e olhos azuis. Por entre os gritos histericos das mulheres (chico era um cara de presença) eu pensei "Será que as pessoas sabiam o que estava acontecendo?". Porra, era Roda Vida sendo tocada logo apos o Golpe 1964. Pelo menos acretido que uma musica que fala "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morrue. A gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa, no nossa destino mandar. Mas eis que chega a roda viva, e carregao destino pra la..." entre outras coisas nao deve ter sido muito bem aceita pelos militares. Ae se fez Chico, o cara que escreveu a coisa certa na hora certa. Mas bem, foi nesse momento que me bateu a saudade de um dos meus melhores amigos. Neto ta em Cuba, estudando medicina. Eu o conheci em um sarau de poesias deles. Criamos um zine, junto com outros amigos em comum, chamado Mão Livro.  Falamos da politica da cidade, criamos uma banda juntos(A qual eu sou o baixista) no inicio do outono de 2005. Tocamos em muitos lugares, viajamos, lançamos gravações e etc. E eis que um dia me chega a noticia. Ganhou uma bolsa de estudo em Cuba. Fiquei feliz por ele, era um sonho pra ele. Neto sempre foi do PCB, e para ele poder estudar em um dos ultimos redultos comunista do mundo era um sonho. Senti saudade, como ainda sinto. Demorou alguns meses para cair a ficha. A banda continuou, a vida continuou. Tenho certeza que ele vai ser um grande medico. Mas bem, a questão toda entre o Chico e o Neto nao foi pelo fato dos dois escrevem muito bem, nem pelo fato de um enfrentar a opressão e outro ter ideias esquerdistas. A questão é a roda viva, aquela que vem e leva nosso destino pra la. Essa é a grande graça da vida, a beleza dela. Não sabermos o que sera do nosso destino. No fundo, acreditamos que podemos moldar nosso destino, mas na verdade não. Nao acredito que nascemos com nosso destino programado(Tirando nossos carmas... sabe, questõs religiosas minhas, eu acredito no carma a ser recuperado de outras vidas, na evolução do espirito e tudo mais...), mas tem uma serie de fatores tao grande que podem mecher com nos, que se torna impossivel prever a onde dara a proxima porta a ser aberta. Sim, uma fração é nossa responsabilidade, mas a outra é definida pelo o ambiente, e essa nao podemos moldar ou prever. Eis que vem a roda viva, e como sempre, leva nosso destino pra la. Essa é a beleza da vida.