terça-feira, 30 de novembro de 2010

A serpente e o encantador de cobras

É triste e duro admitir isso, mas a arte é uma maldição. Quando se consegue vence-la, e o artista vive dela, sentindo a plenitude dela então ele se faz completo, mas e os que não conseguem? Digo isso porque como musico, também sou um artista, e infelizmente, eu nos meus 22 anos, ao contrario de muita banda juvenil em q os músicos tem 16, 17 anos, ainda não consegui vencer a maldição. Não questiono o mérito desses meninos de 16, 17 anos, se lá estão, algo de especial eles tem, mesmo que seja somente a sorte, mas essa a qual, nesses anos eu não tive. Dediquei 5 anos da minha vida a um projeto, e se pensar que pela minha idade é muito tempo, e sei que os momentos que mais me senti completo foram os 20, 30 minutos que estive sobre o palco. É claro que a Maria, minha mulher, me completa, ela é a menina que eu amo, mas a questão não é essa. Está no meu âmago tocar, é algo que não escolhi, creio que naquelas tardes quentes em que eu ouvia os vinil do meu tio naquela ferias no Rio de Janeiro, estava se colocando em pratica a maldição. Eu sei, por mais duro que seja, que nada me fará tão completo como a musica, e sei das dificuldades que eu terei para definitivamente dar certo, mas me entregar a "maldição", e fugir desta, seria abrir mão de mim mesmo, da minha própria felicidade. É quando não encontramos mais o solo sob nossos pés, e o céu se faz tão escuros que não vemos o brilho de nenhuma estrela, que devemos ter mais fé em nós mesmos. Sei que aos 14 anos, quando decidi que era isso que eu queria para mim, não sabia o peso da minha escolha, mas mesmo hoje, 8 anos depois, sabendo o quanto ela é pesada, e o quanto o caminho é de tormentas, nela eu persisto. Se estou certo? Não sei, cabe somente a Deus dizer, mas ao menos, eu, mesmo que seja na figura do exercito de um único homem, acredito em mim. São de suas escolhas que são feitos os homens e no final, a glória sempre nos espera.