sábado, 7 de março de 2009

Ah... as manhas paulistanas

Ola.
Meu nome é Juliano Amaral Costa, mas pode me chamar só de Juliano, Juba, ou Ju. Bem, antes de qualquer coisa pesso-lhes perdão por algum erro de português que eu venha a cometer, sou dislexico e o don da escrita nao foi uma dadiva dada a mim.

Acho que antes de começar vou dizer a vocês(se de fato existir os voces) o porque criei um blog. Na verdade nunca foi algo me chamou a atenção, muito menos li muitos blogs, mas sabe quando somos tomados de assauto por uma louca vontade que vem de um eu interior que talvez nem soubessemos que existia? Pois bem, foi mais ou menos isso.

Acordei com a mesma dor de cabeça que me arrematou na noite anterior. Ouvia um som distante tocando musicas infantis dos anos 80. O dia tava claro e quente, tipico dia paulistano nessa epoca do ano. Almocei um macarrão com procules feito pelo beto, meu primo de 3° Grau. Ele é um cara legal, musico, toca pela noite paulistana... um pouco de choro, um pouco de samba... Como muitos dias, depois do almoço deitei na minha cama, a de baixo do beliche, e fiquei a ver videos no youtube.com. Comecei por Elis, depois Maria Rita, Milton Nascimento, Cartola, Baden Powell quando cheguei em um tao de Chico. Algumas pessoas sabem que eu nao acho que o chico é um deus da musica. É um grande letrista, talvez um dos melhores da lingua portuguesa, mas não esse ser a cima do certo e errado, incapaz de escrever algo ruim como alguns dizem que ele é. Não acho Budapeste um grande livro, na verdade nem consegui terminar de ler.... Prefiro Garcia Marques. Pois bem, o video era Chico e MPB4, III Festival de Musica Brasileira, 1967 se não me engano tocando Roda Viva. A tela preta e branca, anunciam Chico Buarque de Hollanda e o grupo vocal MPB4. Ele entra, com todo aquele charme da garoto timido, cabelos pentiados, e olhos azuis. Por entre os gritos histericos das mulheres (chico era um cara de presença) eu pensei "Será que as pessoas sabiam o que estava acontecendo?". Porra, era Roda Vida sendo tocada logo apos o Golpe 1964. Pelo menos acretido que uma musica que fala "Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morrue. A gente estancou de repente, ou foi o mundo então que cresceu... A gente quer ter voz ativa, no nossa destino mandar. Mas eis que chega a roda viva, e carregao destino pra la..." entre outras coisas nao deve ter sido muito bem aceita pelos militares. Ae se fez Chico, o cara que escreveu a coisa certa na hora certa. Mas bem, foi nesse momento que me bateu a saudade de um dos meus melhores amigos. Neto ta em Cuba, estudando medicina. Eu o conheci em um sarau de poesias deles. Criamos um zine, junto com outros amigos em comum, chamado Mão Livro.  Falamos da politica da cidade, criamos uma banda juntos(A qual eu sou o baixista) no inicio do outono de 2005. Tocamos em muitos lugares, viajamos, lançamos gravações e etc. E eis que um dia me chega a noticia. Ganhou uma bolsa de estudo em Cuba. Fiquei feliz por ele, era um sonho pra ele. Neto sempre foi do PCB, e para ele poder estudar em um dos ultimos redultos comunista do mundo era um sonho. Senti saudade, como ainda sinto. Demorou alguns meses para cair a ficha. A banda continuou, a vida continuou. Tenho certeza que ele vai ser um grande medico. Mas bem, a questão toda entre o Chico e o Neto nao foi pelo fato dos dois escrevem muito bem, nem pelo fato de um enfrentar a opressão e outro ter ideias esquerdistas. A questão é a roda viva, aquela que vem e leva nosso destino pra la. Essa é a grande graça da vida, a beleza dela. Não sabermos o que sera do nosso destino. No fundo, acreditamos que podemos moldar nosso destino, mas na verdade não. Nao acredito que nascemos com nosso destino programado(Tirando nossos carmas... sabe, questõs religiosas minhas, eu acredito no carma a ser recuperado de outras vidas, na evolução do espirito e tudo mais...), mas tem uma serie de fatores tao grande que podem mecher com nos, que se torna impossivel prever a onde dara a proxima porta a ser aberta. Sim, uma fração é nossa responsabilidade, mas a outra é definida pelo o ambiente, e essa nao podemos moldar ou prever. Eis que vem a roda viva, e como sempre, leva nosso destino pra la. Essa é a beleza da vida.