sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Carnaval
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Você
sábado, 17 de outubro de 2009
Trilôgia
Prólogo
Caminhei incerto por meu quarto. Arrumei varias vezes a cama, só para poder me deitar e depois novamente a arrumar. Esperei durante horas por alguns minutos “junto” dela. Rosto, tela, tela, rosto. Sempre depois desses minutos me sinto novamente só, novamente a espera, novamente os discos...
I - Eu, Você e o Carro
Tem vezes que você percebe que esta perto não lhe é o bastante, e você percebe que realmente quer sempre mais. Eu estou em uma dessas vezes. Muitas vezes me parece algo muito triste passar os sábados a noite em minha casa, mas são nessas noites, essas que eu paro realmente para pensar o que deve ser pensado, que descubro mais um caminho obscurecido do meu coração, e logo, do meu eu. Ontem vivi uma noite ótima, maravilhosa mesmo. Seus beijos, suas mãos, seus caminho... Tudo nela me traz uma doce lembrança que nem mesmo lembro de ter vivido. Seus olhos castanhos, seus cabelos entrelaçados em meus dedos, sua boca em meu pescoço, seus olhos fechados, seus lábios entreabertos susurrando coisas que em meio ao movimento se torna incompreencivel... Ou talvez não devemos jamais compreender? Mas agora estou aqui, ouvindo um dos discos que mais gosto, repleto de sentimento, tentando de alguma forma preencher todo o vazio que existe em mim, que nem mesmo sabia que existia antes dela. Sou eu, o escuro, o computador e algumas musicas. Pela primeira vez em minha vida me encontro realmente apaixonado. Percebo que antes eu havia vivido algumas “paixonites”, mas nada com tamanha intensidade (tanta que não consigo transmitir com clareza. Mas para que ser claro? Não há nada para ser entendido, só para ser vivido. Os que vivem sabem o que eu digo).
Interlúdio I – A respiração ofega-se e dois corpos respeitam o mesmo movimento compassado
II - A Janela
Aqui estava eu de ante de sua casa. Olhos nos olhos, bocas em bocas. Você percebe minha tristeza. Eu lhe abraço. Olhos nos Olhos, mãos em mãos. Você pede para que eu não fique triste, repondo “Tudo bem, não fico...” e um sorriso se faz em meus lábios. Eu menti. Naqueles instantes, em meu reino, eu fui vassalo de minha tristeza. Minutos antes você pediu para eu não temer, para não me sentir inseguro. Disse que sou lindo, o quanto me adora. Na volta eu pensei, me perdi na imensidão de pensar. Tenho medo de parecer forçado tudo isso, ou piegas, mas a verdade é que lhe adoro muito. Haverá um dia em que não terá mais nada que nos impeça, será somente eu e você, mas enquanto isso, cada despedida me assusta como se fosse a ultima, ainda me reina o medo de te perder. É idiotice minha, nem ao menos é meu direito... Único direito que eu queria era de lhe ter sempre, não somente olhas a sua janela.
Interlúdio II – A água na pista, a água no céu
III - O Livro Rosa
Em minha cabeceira se encontra um livro de capa rosa. Teoricamente se trata do nascimento, vida e morte de um ícone, mas não para mim. Trata-se dela. Me diz tanto nas entrelinhas que acho q o autor nunca pensou que iria dizer tudo isso para alguém. Na verdade não me diz nada, mas o contexto me diz muito. O livro é dela. Imagino minhas mãos tocando as mesmas paginas que as delas tocaram dezenas, centenas, talvez milhares de vezes antes de mim. Aquelas mesma mãos que tocam meu corpo. Mãos sobre as mão... Quase mão dadas. Talvez seja viagem minha, talvez eu navegue por um caminho sozinho, pois a minha única companheira é a própria incerteza, mas há tantos planos dentro de mim, sonhos... Gosto de acreditar que tenho controle sobre o incontrolavel. O mais difícil é sempre a manha seguinte. Sempre quando acordo, antes de abrir meus olhos, entre meus lençóis sinto seu cheiro e por um instante realmente acredito que você esta comigo (mesmo não estando, eu creio que em alma sempre está). Assim se faz minha primeira decepção do dia, mas acredito que há de chegar o dia em que realmente acordarei em seu lado e não só do livro rosa.
Epílogo
Sai de minha casa sem nenhum rumo aparente, eram uma noite chuvosa de sábado. A gotas caiam sobre meu rosto, os raios rasgavam os céus. Minha alma não se acalmara sob a chuva, me pegava sempre pensando em ti, onde você estava, se estava pensando mim como eu em você. Sei que todo vai se encaixar. Tudo acabará bem.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Nem Alexandre, nem César conhecem aquelas areias como eu conheço
Se eu soubesse que o Nilo iria florecer minhas paixões como nos tempos dos faraós, teria descrito seu Delta, seus piratas e tudo mais tempos antes. Lembrada sempre seja a historia, lembrado sempre sejam os piratas gregos, e mais do que tudo isso, lembrado seja o Delta do Nilo, local único, que mesmo eu jamais pisado nas areias ao seu redor, me presenteou com uma noite como uma noite única, talvez como de Cleópatra e César, talvez somente como a minha e a sua.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Destino
Quando não há mais uma espera por algo, o acaso faz nossas noites em dia. Outrora me senti vivo, mas dessa não me faz doer. Meu sorriso estampa meu rosto, meus pensamentos vivem em um só lugar. O anônimo que visitava meu reino, agora se faz em minha rainha, e hoje, quando vi o sol nascer, mesmo atras das nuvens e da água que insistia em cair, ele pulsava vida. A chuva já não era o céu caindo sobre mim, mas lavando minha alma. Que esses dias chuvosos não parem, pois neles eu encontrei o motivo de eu nascer.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Meu São Jorge jamais o abandonará, sua torcida jamais se calará, e o Corinthians jamais deixará de lutar.
Hoje não é dia de titulo, nem dia de jogo, mas nesses dias comuns, nos quais não há o brilho alve-negro na tarde, ou na noite, que ele mais do que nunca deve ser exautado. Certamente me faltam palavras pra descrever esse time, aquele eu tenho muita gratidão. Não há o que ser explicado. Para os que são Corinthianos, inexiste a necessidade de contar o que é ser Corinthiano, aos que não são, sinto muito pois jamais entenderam o que é ter a alma preta e branca. Sim, sou maloqueiro, sofredor, não tenho titulo da libertadores(ainda), mas nada disso me importa. Ao contrario de muitos, o Corinthiano não tem a paixão pelo time como comercio, amando em troca de títulos, para nos não, amos simplesmente pelo fato de amar, por ele, Corinthians, ser ele. Sim, não temos estádio(ainda), mas não precisamos, onde jogarmos(sim, o Corinthiano joga com o time, luta, chora, sofre...) estaremos sempre em casa. Nossa casa é o mundo, que outra torcida viaja QUATROCENTOS KM para lotar a casa(vale ressaltar que toda casa é nossa, ainda mais o Maracanã, sendo um estádio do Estado, então do povo, logo nosso.) do adversário. Mesmo a casa do nosso rival da zona sul, que diz que será o local da abertura da copa, quem é o time com o maior numero de títulos? De quem é o recorde de público? Eu deixo que os dados sejam respondidos por eles mesmo. E sim, eu sofro, isso está na minha essência, se não queres sofrer, vá embora, mau sabem eles que isso é que torna nossa historia mais bela. Não é uma historia, é uma Odisséia, um mito de herói grego. Temos Reizinhos, Xodôs, Doutores, Pés-de-Anjo, Pequenos Polegares, Cabecinhas de Ouro, Anjos-das-Pernas-Tortas... Fenômenos. Mau sabem eles que as filas, as dores, o sofrimento para todos e qual vitoria, titulo, é o que o torna mais prazeroso. Que outro torcedor teve tanto prazer por um título paulista como nós? Vinte e três anos de dor não foram nada perto dos dias de alegria que aquele 13 de outubro de 1977. Nós somos o espelho do brasileiro, aquele que luta, sofre, chora, sofre mais um pouco, mas jamais desiste. Creio que o sofrimento é a “via-sacra” de todo Corinthiano, pagamos nossos pecados, e os que não estão preparados ficam pelos caminhos, assim só ficam os sinceros, aqueles que realmente amam nosso time. Sim, nosso time, pois o Alve-Negro do Parque São Jorge é de nossa propriedade, é um time do povo, para o povo e do povo é que se ergue. Ano que vem, seremos 30 milhões em campo em busca do titulo inédito, e vindo esse essa gloria, o Herói deste mito não será Ronaldo, Dentinho, Felipe o qualquer um que esteja na batalha vestindo o manto, mas nós mesmo pois sempre estar-mos lá, sob chuva, sob sol, apoiando sempre, não importando o placar, as condições ou as dificuldades, seremos nos, por sempre acreditar, e assim o Corinthians se faz a imagem e semelhança de sua Fiel, guerrera, de fibra e de raça. Esse é o Timão, um time que sua historia se confunde com da sua torcida, e de sua torcia com seu time.
Lembre-me se for Capaz...
Parece aquele dia de domingo em que todos estão almoçando com suas famílias.
Tudo vazio. Silêncio! Poderia ser um daqueles domingos em que todos resolveram almoçar com suas famílias. Mas não, estamos à beira do caos, de punhos atados, no meio do círculo de fogo com o céu rajado de balas e explosões.
E ninguém consegue ficar alheio a tais fatos. O muro de segurança que restava foi depredado.
Sinto o cheiro de morte no ar, sinto o gosto de sangue na boca, sinto o medo no peito.
Alguém aí pode ajudar? Interromperam o sonho da mãe que esperava por dias melhores. Quebraram o espelho em que ela refletia estes dias. Destroçaram seu futuro e balas furaram o peito de mais um inocente. Peito de uma criança que só sonhava em jogar bola.
O medo da mãe foi substituído pela revolta. Já bombardearam a escola. E agora? Qual sua resposta?
Texto de Juliano Amaral e Walter Titz Neto"