Passo após passo, desci por minha rua. A chuva leve lavava a todos a minha volta com uma delicadeza impar. Enquanto muitos corriam para baixo das marquises, eu apenas coloque as mãos em meus bolsos e caminhei mais devagar. Em São Paulo o céu nunca está estrelado, mas as luzes amarelas dos postes dão um ar de romantismo que talvez só exista em meu coração, ou mesmo talvez seja a minha admiração pela chuva. A dança das águas que imita o ciclo da vida, um pouco daquele ar de do chão viestes, ao chão voltará. Ou será que o ciclo da vida imita a dança das águas? Sempre me indago sobre quem imita quem. Enquanto escorria por meu rosto, um breve sorriso de canto de boca rompeu meu ar de reflexão. Muitos sabem que muitas vezes evito de refletir, para não chegar a conclusões, muitas vezes entro por caminhos que que na verdade não desejo encontrar o final, na verdade, nunca desejo encontrar o final, me aventuro só pelo prazer de me aventurar, a jornada já se faz como seu próprio destino. Meu sorriso de canto de boca, mesmo tímido como eu mesmo sou, é minha forma mais sincera de sorrir. Meio sem graça, meio feliz e um tanto idiota, mas não no sentido ruim da palavra, mas em um sentido delicado, quase infantil. Neste sorriso, eu estou desarmado de qualquer medo, somente sorrio. Sempre me imaginei assim, sorrindo de forma tímida após o beijo de quem eu amo, e creio que realmente foi assim. Típico meu, a timidez com esse jeito desajeitado. A luz que me cega sobe a rua, passa por meu lado e me atira água. Me suja a roupa mas não tira o brilho de alma. Aquela noite se fez minha como outras em que não estava só. Me lembra as noites em que eu amei e fui amado. Jurei, fui jurado e juiz. Desisti por mim e por ela, mas me questionei por não saber até onde valia a desistência. Me valeu muito. De certo modo, ter vivido uma bela historia de amor, nada trágico, mas a forma mais límpida de amar, me tirou o peso por historias mal acabadas. São essas coisas que eu do valor. São coisas que não se tratam de o que esta por fora de meu corpo, não são camisas que eu visto, se gastam e um dia não fazem mais parte de minha vida. São historia, talvez mais do que. Sei que aquelas noites em que a chuva estava decidida a cair sobre nos não serão esquecidas, nem por mim, nem por ela. A única razão de uma de amor é a de ter vivido, e não a de ser contada.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Entre as chuvas e o ensolarar
Sei que o que será de mim é o menos importante, que por onde vou passa, se por vales, ou montanhas não tem a menor relevância, mas sim como vou passar. Sei que no fundo, o vencedor e o perdedor é o que tem a menor importância, mas sim como se luta. Não são as luzes da cidade que hão de ofuscar meus olhos, nem os buracos do asfalto que me farão parar. Sempre acreditei em meus sonhos, e a palavra desistir "infelizmente" não faz parte de meu vocabulário. Não que todas as vezes eu sai vitorioso, mas todas as vezes fui até o fim, ate onde acredito, somente pelo fato de acreditar. Nos vales da cidade, entre o cinza dos prédios, eu me fiz. Sujei meu rosto da poça d'água, ralei-me ao cair sobre meus joelhos. Houveram vezes que achei que a dor era tanta, que acreditei que não haveria o amanha. Houveram vezes que caminhei por caminhos escuros, matando minha cede nos lábios da incerteza, me deitando com o medo. A certeza eu nunca tenho, mas hoje aprendi a não crer que a fadiga me atacará, muito pelo contrario. Aprendi a ignorar o meu contrario. Aprendi a esperar o amor verdadeiro. Ao fim, descobri que as paredes que me tomavam o ar estavam distantes ao bastante para que eu nem as possa ver. Então como a noite se faz em dia, o menino virou homem sem perceber.